A fantasia final de "Final Fantasy"

 

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No ano de  1987, a fabricante japonesa de jogos Square Company estava passando por uma séria crise financeira. Mesmo assim, a mesma decidiu apostar todas as suas fichas em um último game, resolvendo colocar no jogo um nome capaz de relacionar a situação em que a empresa se encontrava. Foi desta forma que nasceu Final Fantasy (A Fantasia Final). 


Se inspirando em outros jogos de fantasia populares da época como: Dragon Quest da Enix, The Legend of Zelda da Nintendo e a série Ultima da Origin Systems.  Em 18 de dezembro, o game foi lançado para o NES, da Nintendo, e acabou se tornando um sucesso absoluto, realidade que salvou a Square da falência e a colocou em uma posição de destaque no mercado de jogos japonês. O criador do game foi Hironobu Sakaguchi.


Sakaguchi anos depois explicou que, apesar de atribuído à suposta falência que a Square estava enfrentando, o jogo era sua tentativa derradeira na indústria e que Final Fantasy proveio de seus sentimentos na época; caso o título não tivesse vendido bem, ele teria deixado seu emprego e voltado para a universidade. 

Segundo Sakaguchi, o nome surgiu do desejo da equipe de que o título pudesse ser abreviado como "FF", que soaria bem em japonês. O nome originalmente escolhido foi Fightning Fantasy, porém ele precisou ser alterado devido a temores de conflitos de marca registrada com os livros-jogos de RPG de mesmo nome. Já que a palavra "Final" era famosa no Japão, Sakaguchi decidiu chamar o jogo de Final Fantasy. De acordo com o próprio, qualquer título de abreviatura "FF" teria servido para o que eles queriam naquele momento. 

Final Fantasy é uma das sagas com maior número de continuações na história do videogame, chegando até mesmo a confundir os mais viciados no jogo. A mesma conta com cerca de 68 milhões de unidades vendidas, o que a coloca na honrosa posição de terceiro jogo mais vendido da história, perdendo apenas para Mario (193 milhões) e Pokémon (155 milhões).

O jogo acabou sendo um sucesso comercial, salvou as economias da Square e se tornou sua principal franquia. A desenvolvedora imediatamente decidiu produzir um segundo título. Entretanto, a história do Final Fantasy original não foi projetada para ser expandida em uma sequência já que Sakaguchi assumiu que nunca haveria outro. Os desenvolvedores então decidiram construir o novo jogo a partir dos elementos temáticos do primeiro, enquanto algumas características da jogabilidade foram reformuladas, como o sistema de progressão dos personagens.

 Essa abordagem perdura pela franquia até os dias de hoje; cada título de Final Fantasy possui um novo cenário, novo elenco de personagens e um sistema de combate melhorado. O escritor John Harris atribuiu o conceito de retrabalhar o sistema de jogo em cada novo título à série Dragon Slayer da Nihon Falcom, para a qual a Square anteriormente havia trabalhado como publicadora. A companhia desde então tem lançado novos títulos da série regularmente. Porém, as janelas entre os lançamentos de Final Fantasy XI de 2002, Final Fantasy XII de 2006 e Final Fantasy XIII de 2009 foram bem maiores que o normal. A Square Enix afirmou após o lançamento de Final Fantasy XIV que planejava lançar anualmente ou bienalmente novos jogos da série, sejam títulos principais ou spin-offs. Essa mudança tinha a intenção de se assemelhar aos ciclos de desenvolvimento de jogos ocidentais como as séries Call of Duty, Assassin 's Creed e Battlefield, além de manter alto o interesse dos fãs. Fantasy é  uma história à parte. Os universos, no geral, são completamente diferentes uns dos outros, sem quaisquer relações entre os jogos — a não ser que explicitamente indicado o contrário, como em Final Fantasy X-2 ou XIII-2.


Linha do tempo

Os primeiros três jogos da série foram lançados no NES. Eles apresentaram muitos conceitos de RPG nos consoles e, desde então, foram refeitos em várias plataformas. Final Fantasy II foi lançado em 1988 no Japão e foi combinado com o primeiro título em vários relançamentos. O último lançamento para o NES foi Final Fantasy III, que estreou no Japão em 1990; entretanto, só foi lançado no ocidente em 2006 para o Nintendo DS.

O Super Nintendo Entertainment System recebeu três títulos da série principal, todos relançados em diversas outras plataformas. Final Fantasy IV estreou em 1991 e apresentou o sistema de combate "Active Time Battle"; na América do Norte, recebeu o nome de Final Fantasy II. Final Fantasy V foi lançado em 1992 no Japão, sendo o primeiro jogo da série a gerar uma sequência: um anime chamado Final Fantasy: Legend of the Crystals. Final Fantasy VI foi lançado no Japão em 1994, mas foi intitulado Final Fantasy III na América do Norte.

O console PlayStation recebeu os três próximos principais jogos da série. Final Fantasy VII estreou em 1997 e deixou os gráficos bidimensionais dos seis primeiros jogos da série para trás, empregando gráficos tridimensionais; o jogo possuía personagens poligonais em cenários pré-renderizados. Ele também apresentou um mundo mais moderno, estilo que foi levado para o jogo seguinte. Também foi o segundo título da franquia a ser lançado na Europa após Final Fantasy Mystic Quest. Final Fantasy VIII estreou em 1999 e foi o primeiro a usar de forma consistente personagens com proporções realistas e ter uma música tema. O último jogo para o PlayStation foi Final Fantasy IX de 2000, que voltou às raízes da franquia com um mundo mais tradicional em comparação aos jogos mais modernos VII e VIII.

Mais três títulos principais da série foram lançados para o PlayStation 2. Final Fantasy X de 2001 apresentou, pela primeira vez na franquia, áreas totalmente tridimensionais e dublagem, sendo também o primeiro a gerar uma sequência direta no jogo: Final Fantasy X-2 em 2003. Final Fantasy XI foi lançado para PlayStation 2 e Microsoft Windows em 2002, posteriormente também para Xbox 360, sendo o primeiro jogo do gênero MMORPG da série. Ele introduziu batalhas em tempo real em vez de encontros randômicos. O próximo título foi Final Fantasy XII, lançado em 2006, que também tinha batalhas em tempo real em campos grandes e interconectados. O jogo também foi o primeiro da série a se passar em um mundo visto anteriormente em outro título: a terra de Ivalice de Final Fantasy Tactics e Vagrant Story.

Final Fantasy XIII foi lançado no Japão em 2009 e chegou à América do Norte e Europa no ano seguinte. Ele foi o carro-chefe da subsérie Fabula Nova Crystallis e se tornou o primeiro jogo principal a gerar duas sequências diretas: Final Fantasy XIII-2 e Lightning Returns: Final Fantasy XIII. Final Fantasy XIV foi o segundo MMORPG da série e foi lançado exclusivamente para Microsoft Windows em 2010, mas foi muito criticado, levando a Square Enix a emitir desculpas aos jogadores e relançar o título em 2013 sob o nome de Final Fantasy XIV: A Realm Reborn, também para o PlayStation 3.

Final Fantasy XV, originalmente anunciado como um spin-off chamado Final Fantasy Versus XIII, foi revelado na Electronic Entertainment Expo de 2013 como um título para os consoles PlayStation 4 e Xbox One, com previsão de lançamento para 2016. Assim como XIII antes dele, XV faz parte da Fabula Nova Crystallis, embora seja um jogo independente que compartilha apenas elementos da mitologia de seu antecessor. A próxima entrada principal, Final Fantasy XVI, foi anunciada em setembro de 2020 para o PlayStation 5.

Além dos jogos principais numerados, a franquia Final Fantasy também possui diversos spin-offs e títulos relacionados que exploram diferentes personagens, histórias e mecânicas de jogo. Alguns exemplos notáveis desses spin-offs incluem:

Final Fantasy Tactics

Final Fantasy Tactics Advance

Final Fantasy Tactics A2: Grimoire of the Rift

Final Fantasy Type-0

Final Fantasy Crystal Chronicles (série)

Final Fantasy: The 4 Heroes of Light

Final Fantasy Dimensions

Final Fantasy Explorers

Dissidia Final Fantasy (série)

Final Fantasy: Brave Exvius (jogo mobile)

World of Final Fantasy

Final Fantasy: Chocobo's Dungeon

Final Fantasy: Crystal Defenders

Final Fantasy: Theatrhythm (série)

Animações


A Square Enix expandiu a série para diversas outras mídias. Foram produzidos vários animes e filmes de computação gráfica baseados em jogos específicos ou na franquia como um todo. A primeira produção foi uma original video animation (OVA) chamada Final Fantasy: Legend of the Crystals, uma sequência de Final Fantasy V. A história se passava no mesmo mundo do jogo, porém duzentos anos no futuro. Foi lançado em 1994 no Japão como quatro episódios de trinta minutos cada.

Em 2001, a Square Pictures lançou seu primeiro e único longa-metragem nos cinemas: Final Fantasy: The Spirits Within. O filme se passa na Terra no futuro durante uma invasão de uma espécie alienígena. Foi o primeiro filme de animação a tentar representar humanos de maneira realista através da computação gráfica, mas acabou sendo um grande fracasso de bilheteria e recebeu críticas mistas.

Ainda em 2001, foi lançado Final Fantasy: Unlimited, uma série de anime com 25 episódios transmitida pela TV Tokyo. A série é baseada em muitos elementos da franquia e segue a história de dois jovens à procura de seus pais após dois monstros terem destruído sua cidade.

Em 2005, como parte da Compilation of Final Fantasy VII, foram lançados Final Fantasy VII: Advent Children e Last Order: Final Fantasy VII, respectivamente um longa-metragem de animação e um OVA não-canônico. Advent Children foi animado pelo estúdio Visual Works, que também auxilia a Square Enix na criação das sequências de computação gráfica dos jogos da série. Ao contrário de The Spirits Within, o filme recebeu críticas mais positivas e foi um sucesso comercial. Já Last Order foi lançado no Japão diretamente em DVD em um pacote junto com Advent Children. Ele vendeu rapidamente e foi bem recebido por críticos ocidentais, embora a reação dos fãs tenha sido mais mista devido a mudanças em relação a cenas do jogo.

Para o lançamento de Final Fantasy XV, a Square Enix lançou duas animações originais relacionadas ao enredo principal do jogo. A primeira foi Brotherhood: Final Fantasy XV, um anime em seis episódios produzido pela A-1 Pictures que conta a história da relação do protagonista Noctis com seus três melhores amigos: Ignis, Gladiolus e Prompto. A segunda foi um longa-metragem de animação chamado Kingsglaive: Final Fantasy XV, que se passa paralelamente aos eventos do jogo e mostra acontecimentos com outros personagens importantes da trama.

Outras mídias

Vários jogos da série Final Fantasy foram adaptados ou tiveram spin-offs na forma de mangás ou romances. A primeira novel de um dos jogos foi de Final Fantasy II em 1989, seguida por uma adaptação em mangá de Final Fantasy III em 1992. Ao longo da década seguinte, houve um aumento no número de adaptações e spin-offs. Final Fantasy: The Spirits Within foi adaptado em um romance por Dean Wesley Smith, Final Fantasy Crystal Chronicles recebeu uma versão em mangá, e Final Fantasy XI teve tanto um mangá quanto um romance que se passa na continuidade do jogo. Sete romances baseados no universo de Final Fantasy VII também foram escritos. A história de Final Fantasy: Unlimited foi parcialmente continuada após o término da transmissão através de romances e um mangá. Jogos mais recentes, como Final Fantasy XIII e Final Fantasy Type-0, também receberam adaptações e spin-offs na forma de contos, romances e mangás que ocorrem antes e depois dos eventos dos jogos.

Elementos comuns

Apesar de a maioria dos títulos de Final Fantasy ter histórias independentes, vários elementos de jogabilidade são recorrentes em toda a série. Muitos nomes são reciclados, frequentemente inspirados em histórias de várias culturas, idiomas e mitologias, incluindo a asiática, europeia e árabe. Exemplos incluem nomes como Excalibur e Masamune, retirados, respectivamente, da lenda arturiana e do ferreiro japonês Masamune, além de nomes de magias como Sagrado, Meteoro e Última. A série adotou seu logotipo atual a partir de Final Fantasy IV, que utiliza a mesma fonte e um emblema desenhado pelo artista japonês Yoshitaka Amano. A ilustração está relacionada com o enredo do respectivo jogo e geralmente retrata um personagem ou objeto importante na história. Recriações posteriores dos três primeiros jogos da franquia substituíram os logotipos originais por similares aos do resto da série. Além dos nossos queridos “sumons”, também conhecidos como espers ou ekons. Seu papel na série Final Fantasy é um elemento recorrente e importante em muitos jogos da franquia. Os summons são poderosas entidades mágicas que podem ser convocadas pelos personagens principais para auxiliá-los em batalhas.

Os summons geralmente são seres divinos, criaturas mitológicas ou entidades lendárias que representam forças naturais, elementos ou habilidades especiais. Eles são frequentemente associados a cristais ou orbs mágicos que concedem aos personagens a capacidade de invocá-los.

A primeira aparição significativa de summons na série foi em Final Fantasy III, onde eles eram chamados de "espers". No enredo do jogo, os espers eram criaturas que residiam no Mundo dos Espers e eram buscados por seus poderes mágicos. Os personagens principais podiam fazer contratos com os espers e convocá-los durante as batalhas para causar danos devastadores aos inimigos.

Desde então, os summons se tornaram uma característica constante em muitos jogos de Final Fantasy. Cada jogo geralmente apresenta uma variedade de summons, cada um com suas próprias habilidades e ataques únicos. Os jogadores podem obter novos summons ao longo da história do jogo, muitas vezes como parte da progressão da trama ou por meio de desafios específicos.

Os summons também desempenham um papel importante no enredo de alguns jogos. Em Final Fantasy VI, por exemplo, os espers eram uma parte central da história, com sua existência e uso sendo disputados entre diferentes facções. Em Final Fantasy VII, os summons eram chamados de "Materia", e os personagens podiam equipá-los para acessar seus poderes durante as batalhas.

Os summons continuam a ser uma parte importante da identidade da série Final Fantasy, cativando os jogadores com sua aparência majestosa, poderes mágicos e participação nas batalhas épicas. Sua presença contribui para a rica mitologia e atmosfera fantástica dos jogos, tornando-os uma experiência memorável para os fãs da franquia.


Enredos e temas

O conflito central de muitos jogos de Final Fantasy gira em torno de um grupo de personagens enfrentando um antagonista diabólico que deseja dominar o mundo do jogo. As histórias frequentemente envolvem um estado soberano em rebelião, com o protagonista participando dos conflitos. Os heróis geralmente têm o destino de derrotar o mal e, às vezes, se reúnem com outros personagens como resultado das ações maliciosas do antagonista. Outra característica da série é a existência de dois vilões; o principal nem sempre é quem parece ser, já que o antagonista inicial da história pode estar subordinado a outro personagem ou entidade. O vilão apresentado no início do jogo não é necessariamente o último, e os personagens precisam continuar sua aventura além do que parece ser a batalha final.

As histórias da série frequentemente enfatizam lutas internas, paixões e tragédias dos personagens principais, com o enredo muitas vezes dando lugar às suas vidas pessoais. Os jogos também exploram as relações entre esses personagens, abrangendo desde o amor até a rivalidade. Outras situações recorrentes que impulsionam o enredo incluem amnésia, um herói corrompido por uma força maligna, confusão de identidades e sacrifício próprio. Orbes e cristais mágicos são frequentemente itens de destaque que estão ligados aos temas e ao enredo da história. Os cristais desempenham um papel central na criação do mundo, e a maioria dos jogos de Final Fantasy conecta esses cristais e orbes à força vital do planeta. O controle desses objetos gera o conflito principal. Os quatro elementos também são um tema recorrente relacionado aos heróis, vilões e itens. Outros elementos comuns nos enredos e temas incluem a hipótese de Gaia, um apocalipse e conflitos entre o avanço da tecnologia e a natureza.

Personagens

Cada jogo da série Final Fantasy apresenta seu próprio grupo de personagens únicos, mas há alguns recorrentes em toda a série. Desde o lançamento de Final Fantasy II, incluindo recriações do Final Fantasy original, um personagem chamado Cid tem aparecido de várias maneiras: como um aliado não jogável, membro da equipe e até mesmo como vilão. Embora a aparência e personalidade de Cid possam mudar de título para título, ele geralmente está associado a dirigíveis e aeronaves. Biggs e Wedge, inspirados por dois personagens homônimos da franquia Star Wars, também aparecem em vários jogos como personagens secundários, muitas vezes proporcionando momentos de alívio cômico.

Entre as criaturas recorrentes estão os chocobos e os moogles. Os chocobos são grandes aves semelhantes a galinhas que aparecem em vários jogos como meio de transporte para longas distâncias. Eles se tornaram icônicos na série e são amplamente reconhecidos pelos fãs. Por sua vez, os moogles são pequenas criaturas brancas com asas e uma antena, que se assemelham a ursos de pelúcia. Em cada jogo, eles desempenham diferentes papéis, como carteiros, ferreiros, membros da equipe e até mesmo como meio para salvar o progresso do jogo. As aparições dos chocobos e dos moogles costumam ser acompanhadas por temas musicais específicos, que recebem arranjos diferentes em cada título.

Esses personagens e criaturas recorrentes são elementos adorados pelos fãs e contribuem para a identidade e o charme da série Final Fantasy.


Jogabilidade

Nos jogos da série Final Fantasy, os jogadores comandam um grupo de personagens enquanto progridem na história, exploram o mundo e derrotam oponentes. Tradicionalmente, os inimigos eram encontrados aleatoriamente durante a exploração, mas isso mudou a partir de Final Fantasy XI e Final Fantasy XII. Durante as batalhas, os jogadores emitem comandos como "Lutar", "Magia" e "Item" para os personagens individuais por meio de uma interface de menu. Antes de Final Fantasy XI, as batalhas eram organizadas em rodadas, com os protagonistas e antagonistas em lados opostos do campo de combate.

Final Fantasy IV introduziu o sistema "Active Time Battle" (ATB), que ampliou a natureza das rodadas ao adicionar um sistema de marcação de tempo perpétuo. Esse sistema injetou urgência e emoção nas batalhas, pois exigia que o jogador agisse antes que o inimigo atacasse. O sistema ATB foi utilizado até Final Fantasy X, que implementou o sistema "Conditional Turn-Based" (CTB). Esse novo sistema manteve as batalhas em rodadas, mas adicionou nuances para criar um desafio maior aos jogadores. Final Fantasy XI adotou um sistema de batalha em tempo real, onde os personagens agem continuamente dependendo dos comandos emitidos. Final Fantasy XII continuou com essa jogabilidade através do sistema "Active Dimension Battle" (ADB). Já Final Fantasy XIII, projetado por Toshiro Tsuchida, apresentou um sistema de combate destinado a proporcionar uma maior sensação de ação, emulando as sequências de batalha do filme Final Fantasy VII: Advent Children.

Assim como em outros RPGs, os jogos da série Final Fantasy utilizam um sistema de níveis de experiência para o progresso dos personagens. Os pontos de experiência são acumulados ao derrotar inimigos. Além disso, é comum a presença de classes de personagens e "trabalhos" específicos que concedem habilidades únicas. Alguns jogos restringem os personagens a um único trabalho para integrar a história, enquanto outros permitem que o jogador escolha entre várias classes e as altere ao longo do enredo. No entanto, os sistemas de classes têm se tornado menos prevalentes em favor de personagens mais versáteis, que podem aprender habilidades fora de suas classes arquetípicas.

A magia também desempenha um papel importante na jogabilidade da série. Os personagens ganham acesso à magia de diferentes maneiras em cada jogo, mas geralmente ela é dividida em categorias e organizada por cores. A "magia branca" concentra-se em feitiços de cura e suporte para os aliados, enquanto a "magia negra" visa infligir danos aos inimigos. A "magia azul" imita os ataques dos oponentes, enquanto a "magia verde" concede efeitos especiais a amigos ou inimigos. Outros tipos de magia também aparecem com frequência, como a "magia temporal", que manipula o tempo, o espaço e a gravidade, e a "magia convocatória", que invoca criaturas lendárias para auxiliar na batalha.

Outro aspecto comum da jogabilidade da série Final Fantasy é a presença de diferentes meios de transporte para percorrer o mapa do jogo. Os mais comuns e recorrentes são dirigíveis ou aeronaves para viagens de longa distância, e chocobos para trajetos mais curtos. Alguns jogos também incluíram outros tipos de transporte por terra e mar. A partir de Final Fantasy VII, desenhos de veículos mais modernos e futuristas têm sido apresentados nos jogos.

Esses elementos de jogabilidade contribuem para a experiência única e diversificada que os jogos da série Final Fantasy oferecem aos jogadores.


Música

Os diferentes títulos da franquia Final Fantasy possuem uma grande variedade musical, mas frequentemente utilizam temas familiares. A maioria dos jogos começa com uma peça musical chamada "Prelúdio", que evoluiu ao longo dos anos, passando de um simples arpejo de duas vozes nos primeiros jogos para arranjos mais complexos e melódicos nos títulos mais recentes. A fanfarra de vitória é outra peça musical icônica da série, que toca após as batalhas vitoriosas. O tema dos chocobos também é recorrente e foi rearranjado em diferentes estilos ao longo dos jogos. Durante os créditos finais, é comum ouvir uma peça chamada "Prólogo", que também é conhecida como "Final Fantasy" e tem suas origens no primeiro jogo. Além disso, cada jogo pode apresentar temas musicais específicos para personagens principais e elementos de enredo recorrentes.

Nobuo Uematsu foi o principal compositor da série Final Fantasy desde o primeiro jogo até sua saída da Square Enix em 2004, embora tenha voltado para colaborar em alguns jogos desde então. Outros compositores notáveis incluem Masashi Hamauzu, Hitoshi Sakimoto, Junya Nakano e Takeharu Ishimoto. Uematsu tinha liberdade criativa na composição das músicas, recebendo poucas diretrizes da equipe de produção. No entanto, às vezes, Sakaguchi solicitava músicas para se adequar a cenas específicas, como batalhas e exploração de diferentes áreas do mundo do jogo. Uematsu começava a escrever as músicas com base na história, nos personagens e nas ilustrações conceituais, assim que as ambientações eram concluídas. Ele começava pelo tema principal e desenvolvia as outras peças para manter um estilo coeso. Ao compor músicas para personagens, Uematsu lia as descrições de cada um para capturar suas personalidades. Ele também colaborava com o roteirista principal para obter mais detalhes sobre cenas que exigiam uma abordagem musical específica. Nos primeiros jogos, havia limitações técnicas, e Sakaguchi às vezes instruía Uematsu a usar apenas notas específicas. Somente a partir de Final Fantasy IV para o Super Nintendo Entertainment System, Uematsu pôde adicionar maior sutileza à música.

A trilha sonora de Final Fantasy recebeu aclamação mundial de várias publicações especializadas, especialmente elogiando seus gráficos, histórias e músicas. A série Final Fantasy foi eleita a 17ª maior de todos os tempos pela revista Next Generation em 1996. Em 2008, foi escolhida como a melhor franquia de jogos de todos os tempos em uma votação aberta pela The Game Group plc, com cinco de seus jogos aparecendo na lista dos "Maiores Jogos de Todos os Tempos". Muitos jogos individuais da série também receberam reconhecimento, sendo incluídos em listas de melhores jogos da IGN e da Famitsu, entre outras publicações. A trilha sonora de Final Fantasy é amplamente elogiada pela sua variedade de estilos musicais e pela habilidade dos compositores em criar músicas emocionalmente envolventes que complementam a narrativa e a atmosfera dos jogos.

Embora a série tenha sido alvo de críticas em relação a alguns aspectos, como sistemas de menus e encontros randômicos, a música tem sido consistentemente elogiada como um dos pontos fortes de Final Fantasy. A saída de Nobuo Uematsu da equipe de composição principal trouxe desafios, mas novos compositores assumiram a responsabilidade de criar trilhas sonoras memoráveis para os jogos mais recentes da série. No geral, a música continua a desempenhar um papel essencial na experiência única e emocional que os jogos Final Fantasy proporcionam aos jogadores.

A série Final Fantasy, como um todo, e muitos de seus jogos individualmente, foram creditados por introduzir e popularizar muitos conceitos que agora são amplamente usados nos RPGs de console. O primeiro título é frequentemente citado como um dos RPGs pioneiros mais influentes, desempenhando um papel importante na legitimação e popularização do gênero. Enquanto muitos RPGs eletrônicos apresentavam batalhas um contra um contra monstros em uma perspectiva de primeira pessoa, Final Fantasy introduziu uma perspectiva lateral com grupos de inimigos contra um grupo de heróis, que se tornou uma abordagem comum desde então. Além disso, o jogo apresentou um sistema de evolução de classes de personagens, bem como diferentes meios de transporte, como barcos, canoas e aeronaves.

Final Fantasy II foi o primeiro jogo na indústria de jogos eletrônicos a omitir todos os personagens do jogo anterior, apresentando uma nova história e conjunto de personagens. Também introduziu um sistema de progressão baseado em atividades, no qual os personagens evoluíam conforme suas ações no jogo, um conceito que foi posteriormente utilizado em outras séries de RPG. Final Fantasy III trouxe um sistema de funções, permitindo aos jogadores mudarem de classe e adquirir classes mais avançadas, combinando suas habilidades durante o jogo. Final Fantasy IV é considerado um marco no gênero por sua história dramática e ênfase no desenvolvimento de personagens e relacionamentos. E Final Fantasy VII é creditado por ter tido um impacto significativo na série, permitindo que os RPGs de console alcançassem destaque no mercado de massa.

Final Fantasy XVI

Mesmo com 16 jogos principais (20 se incluirmos X-2, 13-2, Lightning Returns e Final Fantasy 7 Remake) e uma infinidade de spin-offs, não há nenhum jogo de Final Fantasy como Final Fantasy 16. O mais recente dessa lendária série é mais uma evolução do gênero de ação com personagens do que dos fundamentos de RPG nos quais a franquia foi construída. Ele combina reflexos rápidos com mecânicas de construção de personagens de RPG, mas foca muito mais nos primeiros do que nunca. Não é uma mistura perfeita - embora o combate seja fenomenal para um RPG de ação, admite-se que falta um pouco quando comparado diretamente aos grandes do gênero de ação com personagens - mas mesmo uma mistura imperfeita é poderosa o suficiente quando combinada com a história épica de mais de 50 horas de FF16. Está repleto de personagens inesquecíveis, construção de mundo excepcional, uma trilha sonora incrível e momentos de puro espetáculo que raramente são vistos em qualquer jogo.

Final Fantasy 16 pega o bastão que FF14 começou a rolar e continua a levar a série de volta ao caminho da alta fantasia, tirando mais do que um pouco de inspiração de Game of Thrones ao longo do caminho. Sua história abrange décadas de história no reino de Valisthea, uma terra repleta de beleza e morte, à medida que uma praga invasora força reinos vizinhos a lutarem por recursos intocados, incluindo cinco enormes Cristais Mãe que são a principal fonte de magia do reino.

No centro dessa história está o seu personagem, Clive Rosfield, o príncipe mais velho do reino de Rosaria e protetor de seu irmão Joshua, o Dominante de Fênix (...vamos deixar de lado a terminologia por enquanto, vamos falar um pouco sobre os Dominantes depois). Clive é um protagonista fantástico e bem desenvolvido, brilhantemente interpretado pelo ator Ben Starr. Ele passa por muitas mudanças e desenvolvimento ao longo da história que se estende por décadas, mas sempre permanece extremamente simpático, relacionável e um verdadeiro bad boy quando necessário, como frequentemente acontece. Clive é um protagonista fantástico e bem desenvolvido.

O restante do elenco também é excelente. Jill (interpretada pela excelente Susannah Fielding) é amiga de infância de Clive e atua como uma companheira maravilhosa que entende e se identifica profundamente com Clive em um nível emocional, e as cenas ternas entre eles sempre são um destaque à medida que o relacionamento deles cresce. Cid é provavelmente meu novo personagem favorito de Final Fantasy de todos os tempos. Ele tem uma vibe meio jovem Liam Neeson, apesar de ser dublado de forma impecável por Ralph Ineson (que está tendo um 2023 e tanto no mundo dos videogames, tendo também atuado em Diablo IV). Cid é um líder natural, cheio de carisma e charme, e sem entrar em detalhes, sua causa é algo muito fácil de se apoiar e me deixou empolgado para segui-lo e a sua gangue de fora da lei. Uma história que prende

A maior conquista da história de Final Fantasy 16 é como ela nunca te deixa se afogar em sua mitologia. Este é um mundo enorme, completo com cinco reinos, cada um com suas próprias formas de governo, governantes, religiões e ideais; um verdadeiro glossário de termos específicos do reino, como portadores, Eikons e Dominantes; e uma grande história do mundo que você precisa acompanhar para aproveitar ao máximo os grandes momentos da história. Isso poderia ser um pouco esmagador se não fosse por um recurso engenhoso de qualidade de vida que eu realmente espero que se torne padrão em todos os jogos com uma história densa: Active Time Lore. 

A qualquer momento durante qualquer cena ou conversa, você pode pressionar e segurar o touchpad do DualSense para acessar uma série de entradas contextuais do compêndio relevantes para o que está acontecendo naquela cena. Então, sempre que um personagem mencionava um termo, personagem ou local que eu não conhecia ou precisava de um lembrete, eu podia acessar o Active Time Lore e uma breve explicação aparecia ali para me atualizar. Essas entradas mudam de acordo com os eventos da história também, atualizando com novas informações sobre o estado do mundo e o conhecimento de Clive sobre ele, à medida que ocorrem. O Active Time Lore deveria se tornar padrão em todos os jogos com uma história densa.

Ter esse tipo de recurso foi uma bênção. Mais adiante, grandes missões também são precedidas por aulas de história estilizadas pelo estudioso da sua equipe, que fornecem informações sobre a região que você está prestes a visitar - quem são os governantes, suas ambições, seus aliados, seus inimigos e assim por diante. Eu sei que pode parecer escola, mas na verdade fez um trabalho muito eficaz em me envolver e me manter interessado no reino de Valisthea.

Um dos elementos mais interessantes da história - e um que também acaba sendo uma excelente adição ao já muito bom combate - é a existência de Eikons e Dominantes. Eikons são seres supremamente poderosos que os fãs de Final Fantasy reconhecerão como as invocações habituais dos jogos anteriores, e os Dominantes são os humanos especiais que conseguem aproveitar seu poder, até o ponto de se transformarem completamente neles. Na mitologia, os Dominantes são usados quase como um deterrente nuclear, salvos como último recurso devido à potencial destruição mútua que seria causada por suas lutas.

A série Final Fantasy vem se afastando cada vez mais de suas raízes de RPG por turnos há muito tempo, e com o Final Fantasy 16, parece que uma metamorfose que vem acontecendo há anos finalmente está completa. O combate do Final Fantasy 16 é um jogo de ação puro e simples. É rápido, flexível, extremamente baseado em reflexos e está repleto de oportunidades para arrasar com seus inimigos com combos aéreos, cancelamentos de saltos e um enorme arsenal de magias e habilidades extremamente poderosas.

Algumas concessões são feitas para facilitar essa transformação: você só controla um personagem, os níveis são mais lineares do que no passado - embora sejam tão lineares quanto em Final Fantasy 13 antes que o jogo se abra - e muitos dos elementos de RPG foram relegados a segundo plano, como discutirei em breve. Os puristas podem não gostar dessas mudanças drásticas, mas achei essa abordagem muito mais preferível em comparação com a abordagem mais híbrida de FFXV e igualmente prazerosa em relação à abordagem única de FF7 Remake.

Apesar de como a ação possa parecer caótica, ela é elegantemente simples quando você a entende. Clive pode executar um combo corpo a corpo de quatro golpes pressionando repetidamente o botão Quadrado, pode usar magia com o botão Triângulo para atingir inimigos à distância, pode usar uma habilidade única relacionada ao poder do Eikon que ele está equipando no momento e também tem acesso a até três habilidades desse Eikon.

Ao enfrentar inimigos maiores e chefes, há uma barra de impacto que pode ser preenchida ao acertá-los com ataques. Quando a barra está cheia, eles ficam em um estado de desequilíbrio, dando a você a oportunidade de acumular um multiplicador e causar uma quantidade enorme de dano por um tempo limitado. Grande parte da habilidade envolvida no combate está em sua capacidade de desequilibrar rapidamente os inimigos e maximizar a quantidade de dano que você é capaz de causar enquanto eles estão em desequilíbrio, usando suas habilidades de forma ideal e alternando entre seus Eikons.

Para esse fim, existem muitas mecânicas inteligentes que recompensam um jogo habilidoso. Se você apenas apertar o botão de ataque, não conseguirá desequilibrar rapidamente os inimigos, mas se usar ataques mágicos com cuidado, sincronizando-os com seus ataques corpo a corpo, você executará explosões mágicas que causam mais dano e desequilibram mais rapidamente. Além disso, esquivas perfeitamente cronometradas oferecem oportunidades para contra-ataques que causam muito dano, ou se estiver se sentindo extra habilidoso, você pode tentar sincronizar um ataque com o do inimigo para acionar uma defesa que diminui a velocidade do tempo e permite ainda mais punições.

É um ótimo sistema de combate que manteve meu cérebro trabalhando rapidamente enquanto eu equilibrava o tempo das explosões mágicas com a gestão do tempo de recarga das habilidades e ficava atento aos sinais dos inimigos para estar pronto para desviar - além de tentar parecer legal, o que é sempre um elemento importante em qualquer jogo de ação em minha opinião. Um dos meus toques favoritos é que você pode dar comandos ao seu cão, Torgal, um dos quais lançará inimigos mais fracos, permitindo que eu os ataque no ar, faça alguns golpes rápidos no ar e depois os jogue com um ataque estilo golpe de capacete explosivo.

O Final Fantasy 16 provavelmente será lembrado como um ponto de virada para os jogos principais de Final Fantasy, levando seu combate totalmente na direção de um jogo de ação. No entanto, espero que essa conversa não ofusque sua história sombria e cativante, personagens memoráveis e as formas inovadoras pelas quais ele ajuda você a acompanhar tudo. O recurso Active Time Lore é incrível e deveria ser padrão para todos os jogos focados em história daqui para frente. Embora o combate possa não alcançar os padrões altíssimos dos melhores jogos do gênero de ação com personagens, entre outros RPGs de ação, ele está perto do topo. Combine tudo isso com uma das melhores trilhas sonoras do ano, atuações incríveis de cima a baixo e visuais deslumbrantes, e você tem um jogo que merece uma fanfarra de vitória orquestral de Final Fantasy.

Conclusão

A série Final Fantasy também teve um impacto nos negócios da Square em vários níveis. O fracasso comercial de Final Fantasy: The Spirits Within levou ao adiamento da fusão com a Enix. A decisão da empresa de produzir exclusivamente para o PlayStation da Sony cortou os laços com a Nintendo, resultando em uma ausência dos jogos Final Fantasy no Nintendo 64 por sete anos. Isso também foi apontado como um dos motivos pelos quais o PlayStation foi mais bem-sucedido comercialmente do que o Nintendo 64. Além disso, a franquia gerou uma série de jogos para o GameCube da Nintendo e levou à criação de leis sobre cancelamento de inscrições em serviços de jogos online.

A franquia Final Fantasy continua sendo uma das mais influentes e populares no gênero de RPG, deixando um legado duradouro na indústria dos jogos eletrônicos. Sua contribuição para a evolução dos RPGs de console e sua influência sobre outros jogos e franquias são amplamente reconhecidas.

 

 

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